22 de fev. de 2013

A “estranheza” do cinema estranho

Toda arte é livre de amarras e gaiolas que prendem-nas e as transformam em uma regra ou algo unidimensional. O Cinema é da mesma forma. O que nos acostumamos a ver sempre são filmes que se encaixam em padrões de sucesso preestabelecidos por grandes estúdios e seus grandes produtores. Em contra partida, há os filmes chamados independentes, que fogem a tudo que foi citado acima por terem um pensamento mais livre e desprendido de amarras de estúdios e produtores.

 Porém, transitando entre blockbusters e filmes independentes, existe um subgênero de filmes que são interessantes. Na verdade, “subgênero” é apenas uma forma de tentar defini-los, pois eles são apenas “estranhos”. Filmes autorais ou que as pessoas tem dificuldade em entender e que causam estranheza por causa de sua história ou seu visual. Não é necessariamente algo ruim, mas também não é sempre bom

Um dos mestres mais celebrados do “estranho” na atualidade é o diretor Tim Burton, que consegue reunir em seus filmes histórias e visual estranho, porém muitas vezes belo. Talvez seja o mais famoso, que consegue colocar suas idéias estranhas nos filmes mas mesmo assim, eles são sucesso de bilheteria. Quem não fica paralisado quando Os Fantasmas se Divertem (1988), Edward Mãos de Tesoura (1990), Ed Wood (1994), Marte Ataca! (1996), Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), Sombras da Noite (2012), entre outros, está passando? Ou espera ansiosamente pelo novo filme dele?

Cena de Os Fantasmas se Divertem.
Queria também lembrar de um grande diretor, de filmes inteligentes mas igualmente estranhos. Stanley Kubrick acertava em cheio nas suas escolhas, entregando para nós obras primas, e estranhas, como 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968), Laranja Mecânica (1971), O Iluminado (1980), De Olhos Bem Fechados (1999) e um dos mais estranhos, Dr. Fantástico (1964). Todos esses filmes redefiniram gêneros e transformaram simples idéias em espetáculos... estranhos!


Petter Sellers em cena de Dr. Fantástico.
Como disse anteriormente, o Cinema não seria o mesmo sem a ousadia (e muitas vezes audácia) desses filmes “estranhos”. Quem quiser, e conseguir, dê uma olhada neles e veja por si mesmo o quanto o que temos hoje, em termos de Cinema, foi amplamente inspirado nesses filmes. Abaixo vão alguns outros exemplos.
  • Haxan – A Feitiçaria Através do Tempo (1923), de Benjamin Christensen
  • Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965), de Russ Meyer
  • Pink Flamingos (1972), de John Waters
  • Eraserhead (1977) e O Homem Elefante (1980), de David Lynch
  • Videodrome – A Síndrome do Vídeo (1983), de David Cronenberg
  • Brazil – O Filme (1985), Terry Gilliam
  • Pi (1998), de Darren Aronofsky
  • Quero Ser John Malkovich (1999), de Spike Jonze
  • Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch
  • Donnie Darko (2001), de Richard Kelly
  • Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004), de Michel Gondry
  • Anticristo (2009), de Lars Von Trier
(Reinaldo Junior - A “estranheza” do cinema estranho; Pensando Cinema, Blog Cine Eterno; Atualizado e acessado em 19/02/2013)

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