E é pro nada que olho. Nada difícil me encontrar assim; nada difícil que eu me perca. Os olhos passando pela parede. É o que fazemos. Aquilo que os outros chamam de loucura ou, em estúpido eufemismo, comportamento anormal. Resultado de um paralelismo existencial tão crônico e enraizado quanto um vício. Pior que um vício. Entretanto, muito menos erudito que um fanatismo, uma paixão. Que se bem saiba que tudo está em seu lugar.
Nada difícil nos encontrar sentados. Café. Óculos. Beijos. Porque a luz da imagem é como um sol e estarmos aqui, vendo a vida passar escrita, dirigida, atuada, enquadrada, tal e coisa, é mais lisongeiro que um passeio pela praça, pela praia, pela rua com chance maior de deprimir, de não contentar. Aqui tudo está no lugar, mesmo que nem sempre o que se vê desemboque no clichê do final-feliz-para-sempre, nós teremos nosso presente feliz, enquanto houver futuro para viver.
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